Esta máxima é
inspirada nas reflexões de Nicoló Di Bernardi Dei Machiavelli (Maquiavel), um
dos pensadores mais discutidos de todos os tempos. E considerado um marco do
pensamento moderno. Ao ensinar como um príncipe deve agir para se manter no
poder, Maquiavel afirmou: “faça, pois, um príncipe por vencer e conservar o
Estado, que os meios serão sempre tidos como honrosos e dignos de louvor,
porque o vulgo é sempre atraído pelas aparências e pelo fato consumado”
(extraído de O Príncipe).
Em
Igarapé-Miri, parece que parte da sociedade política segue com rigor essa
filosofia. Há uma fartura de acontecimentos, inclusive recentes, que justificam
essa realidade. Quem não lembra das eleições de 2012, quando diversos
candidatos a vereador almoçavam com Roberto Pina e jantavam com “Pé de Boto”? E
como esquecer do “grupo dos 10” que, ainda pertencente à coligação dos
vermelhos e azuis, tão logo as eleições encerraram, já havia negociado a
presidência da Câmara com os amarelos?
Pois bem, depois
de um ano e alguns meses das últimas eleições, vejam os senhores, algumas de
Suas (que não são) Excelências já voltaram ao primeiro grupo (pois agora lhes
parece conveniente eleger Helder Barbalho), mas sem abandonar o homem do posto.
Bom, até aqui
não é tão difícil fazer essa conta (desde que se faça um bom esforço), já que
se trata de um grupo de “aliados que vão e voltam”, a depender da correnteza
das águas. Mais complicado é compreender como pessoas que até ontem travavam
guerra eleitoral (atestada publicamente em palanque) hoje caminham juntas?
Então, pasmem,
uma das últimas novidades da política partidária miriense é que o ex-vereador Vladmir
Santa Maria Afonso (“Fuxico”/DEM), cassado por crime de caixa dois de campanha,
agora integra a equipe de “lideranças” pró-Helder e Dilma, com as bênçãos do
PMDB e PT de Igarapé-Miri.
Isso mesmo, o
principal aliado de “Pé de Boto” nas eleições de 2012, que zombou destes
últimos partidos citados, quando eleito presidente da Câmara de Vereadores, tendo
defendido arduamente o governo Amaral na Casa, desta vez é aliado de Francisco
Pantoja e Roberto Pina, sob a justificativa de que “está em jogo um projeto
maior”.
Bom, o que
levaria esses atores a um abraço de conveniência? Informações de bastidores dão
conta de que Fuxico teria procurado o Deputado Federal Miriquinho Batista e o
agora eleito Senador Paulo Rocha, ambos pelo PT, para pedir ajuda.
Vladimir sonha em voltar
para o cargo de vereador e, como aguarda julgamento de recurso junto ao TSE,
teria recebido a promessa de que esses parlamentares o apoiarão em tal
empreitada. Em troca, Fuxico embarcaria na canoa que navega pelos rios do Miri
com uma bandeira azul e uma vermelha na proa. É isso, os fins justificam os meios.
Fonte: Jornal Tribuna Popular, Edição nº. 08, outubro/2014
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