De certo,
as mulheres merecem todo carinho e atenção da sociedade, de certo bem mais do
que (às vezes) lhes é dado, em função de sua história e importância. E, se
todas elas são dignas de respeito, imagine as que receberam o inigualável dom
de gerar a vida?
Nestas
vemos refletido o amor gratuito de Jesus Cristo pela humanidade, cuja
manifestação ensejou uma entrega total: livre, consciente e solidária. Assim
como Cristo, pela sua morte e ressurreição, reescreveu a história da salvação
dos homens e mulheres, também elas – as mães – reinauguram no mundo o mistério
da vida, sempre que dão à luz uma criança, pois nessa hora o sonho de Deus
torna-se ainda mais vivo e atual.
Às mães,
portanto, devemos amor verdadeiro e incondicional. Contudo, essa alegria nem
sempre alcança todas elas. Se por um lado há filhos (e estes são a maioria,
felizmente) que fazem jus aos sacrifícios de suas mães, por outro, existem os
que, quanto mais agem, mais dor e sofrimento causam àquelas que os geraram.
Ainda assim, elas sempre encontram sabedoria e generosidade para perdoá-los,
mesmo que seja necessário fazê-lo “setenta vezes sete”, o que enfim lhes dá a
possibilidade de sempre recomeçar como homens e mulheres novos.
Além
dessas mães, muitas outras têm experimentado tristes e dolorosas consequências
da alta modernidade: algumas assistem de forma impotente seus filhos serem-lhes
arrancados, depois de cooptados pelos comerciantes da morte; outras,
igualmente, não chegam a ver suas plantinhas crescerem até a condição de gerar
frutos, pois, ainda precoces são envenenadas pelo joio das drogas, da violência
e criminalidade.
Há,
ainda, as mães que suportam o pesado sacrifício de sustentar – sozinhas –
famílias numerosas, em muitos casos sem renda própria, tendo que depender de
auxílios os mais diversos. Essas chefes de família cumprem jornadas múltiplas,
entre elas cuidar da casa, orientar a educação dos filhos e prover (pelos mais
diversos meios) a sustentação do lar. Em certos contextos, tais mães chegam ao
extremo de abandonar suas vidas, socialmente falando, para viver em função dos
seus.
É
possível, quem sabe, que no município de Igarapé-Miri encontremos casos com
essas características, talvez mais próximo do que imaginamos. Por isso, que tal
aproveitar esse mês para refletir um pouco sobre essa realidade? Será que esse
cenário constitui um fenômeno da natureza, ou se trata de uma realidade socialmente
construída?
(publicado originalmente em Jornal Tribuna Popular/Editorial, edição nº.03, maio de 2014)
(publicado originalmente em Jornal Tribuna Popular/Editorial, edição nº.03, maio de 2014)
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