segunda-feira, 12 de maio de 2014

Mãe, expressão concreta do amor de Deus



De certo, as mulheres merecem todo carinho e atenção da sociedade, de certo bem mais do que (às vezes) lhes é dado, em função de sua história e importância. E, se todas elas são dignas de respeito, imagine as que receberam o inigualável dom de gerar a vida?
Nestas vemos refletido o amor gratuito de Jesus Cristo pela humanidade, cuja manifestação ensejou uma entrega total: livre, consciente e solidária. Assim como Cristo, pela sua morte e ressurreição, reescreveu a história da salvação dos homens e mulheres, também elas – as mães – reinauguram no mundo o mistério da vida, sempre que dão à luz uma criança, pois nessa hora o sonho de Deus torna-se ainda mais vivo e atual.
Às mães, portanto, devemos amor verdadeiro e incondicional. Contudo, essa alegria nem sempre alcança todas elas. Se por um lado há filhos (e estes são a maioria, felizmente) que fazem jus aos sacrifícios de suas mães, por outro, existem os que, quanto mais agem, mais dor e sofrimento causam àquelas que os geraram. Ainda assim, elas sempre encontram sabedoria e generosidade para perdoá-los, mesmo que seja necessário fazê-lo “setenta vezes sete”, o que enfim lhes dá a possibilidade de sempre recomeçar como homens e mulheres novos.
Além dessas mães, muitas outras têm experimentado tristes e dolorosas consequências da alta modernidade: algumas assistem de forma impotente seus filhos serem-lhes arrancados, depois de cooptados pelos comerciantes da morte; outras, igualmente, não chegam a ver suas plantinhas crescerem até a condição de gerar frutos, pois, ainda precoces são envenenadas pelo joio das drogas, da violência e criminalidade.
Há, ainda, as mães que suportam o pesado sacrifício de sustentar – sozinhas – famílias numerosas, em muitos casos sem renda própria, tendo que depender de auxílios os mais diversos. Essas chefes de família cumprem jornadas múltiplas, entre elas cuidar da casa, orientar a educação dos filhos e prover (pelos mais diversos meios) a sustentação do lar. Em certos contextos, tais mães chegam ao extremo de abandonar suas vidas, socialmente falando, para viver em função dos seus.
É possível, quem sabe, que no município de Igarapé-Miri encontremos casos com essas características, talvez mais próximo do que imaginamos. Por isso, que tal aproveitar esse mês para refletir um pouco sobre essa realidade? Será que esse cenário constitui um fenômeno da natureza, ou se trata de uma realidade socialmente construída? 
(publicado originalmente em Jornal Tribuna Popular/Editorial, edição nº.03, maio de 2014)

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