domingo, 18 de maio de 2014

Práticos e velozes, mas perigosos, os “rabudos” têm facilitado a rotina dos ribeirinhos, ao mesmo tempo em que somam acidentes até com mortes

Fonte: Jornal Tribuna Popular, Ano 01, Edição nº. 03, maio de 2014
Em um passado não muito distante, parte do que se fazia pelos rios de Igarapé-Miri (e em outros municípios) vinculava-se ao uso de canoa (casco) e remo. As atividades de pescaria, os passeios entre famílias da comunidade, deslocamentos para o trabalho, a retirada da produção dos lotes agrícolas, até viagens dos interiores para a sede do município fazia-se em cascos.
Nos anos mais recentes, entretanto, a “febre dos rabudos” tornou-se um elemento a mais na lista de atrativos da modernidade. Atualmente, já se pode considerar uma raridade mesmo a existência – avalie o uso – de um casco nas residências rurais de Igarapé-Miri. Muito se tem feito com rabudos, desde viagens do Pindobal à cidade miriense, por exemplo, até simples atividades, como colocar matapi de um igarapé.
Mas, se por um lado essa tecnologia tem ajudado a tornar prática e veloz a rotina de muitos ribeirinhos, por outro, oferece riscos consideráveis à saúde dessas comunidades. Não considerando o aumento no uso de combustíveis não-renováveis, a poluição sonora, os danos aos estoques de pescado, entre outros, os constantes acidentes sofridos por condutores certamente é uma das principais preocupações acerca da atual avalanche de rabudos.
Alguns desses acidentes, inclusive, terminaram com a morte de pessoas. A notícia se agrava quando se sabe que a grande maioria dos condutores é composta por jovens, adolescentes e até crianças.
Foi um desses acidentes que tirou a vida do jovem Cleber Monteiro de Araújo, então residente no rio Murutipucu, comunidade de onde partiu a motivação para edição desta matéria. Com 23 anos de idade, Cleber deixou sua família em pleno dia de ano (01 de janeiro de 2014), numa dessas fatalidades possíveis de serem evitadas, se nosso trânsito marítimo tivesse ordenamento e os condutores sempre muita responsabilidade, prudência e bom senso. 

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