sexta-feira, 11 de julho de 2014

Pé de Boto ausenta-se de audiência pública e incentiva a violência em rádio da cidade

"Como uma flor entre uma multidão vermelha"

O Prefeito de Igarapé-Miri, Ailson Amaral ("Pé de Boto"/DEM), concedeu entrevista, hoje pela manhã, a uma rádio da cidade. Acompanharam o gestor o assessor jurídico da prefeitura, Amadeu Filho, e o Secretário de Administração do município, Gil Pinheiro.

"Pé de Boto" não compareceu à Audiência Pública ocorrida ontem na Barraca de Sant'Ana, convocada e presidida pela Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Pará (CDHDC/ALEPA), na qual foi tratada a questão da escalada da violência e violação de direitos em Igarapé-Miri. O gestor preferiu ir a uma rádio e falar sozinho, sem que pudesse ser questionado pela população.

A ausência do prefeito na Barraca e sua manifestação na rádio mostram o elevado grau de irresponsabilidade e desrespeito do administrador municipal para com o povo miriense. Isso porque, certamente, as quase 500 lideranças que participaram da audiência esperavam que o governo local se comprometesse com a sociedade publicamente, quanto à construção da paz, e não uma atitude arbitrária de um servidor público que fala sem permitir o debate social.

O discurso do prefeito funcionou como um incentivo à violência, já insustentável na terra do açaí, uma vez que o gestor atacou, difamou, condenou vários cidadãos que ajudaram a organizar o evento do dia 10. "Pé de Boto" chamou para alguns deles de vagabundos e, para outros, de vagabundos e ladrões. Disse, ainda, que há muitos jovens em Igarapé-Miri que não merecem viver, pois, são - segundo ele - imprestáveis e devem ser banidos da face da terra.

O prefeito e o assessor dele tentaram desqualificar a audiência. Qualificaram o debate como um palanque político-eleitoral, arquitetado por uns "quatro gatos pingados", embora tenham participado da audiência aproximadamente 500 pessoas.

Para Amadeu Filho, que se sentiu "como uma flor amarela entre uma multidão vermelha", o evento serviu como um palco para petistas em período eleitoral. Filho desmereceu, com isso, a presença das polícias, do Corregedor da Polícia Civil e da Ouvidora do Sistema de Segurança do Pará, eleita pelos votos de mais de 35 entidades representativas do Estado.

Amadeu também foi desrespeitoso com os Deputados Chico da Pesca (PROS) e Edmilson Rodrigues (PSOL - este último um dos políticos mais respeitados do Brasil e um dos maiores intelectuais da Amazônia), que não são do PT e, de certo, não aceitariam fazer "papel de moleques" em um evento público com tanta gente.

Talvez o descontentamento do assessor tenha sido provocado pelos dois vaias que Filho recebeu na Barraca, de forma sincronizada pelo conjunto dos participantes. O que mostra o grande descontentamento do povo miriense com o governo Amaral.    

  

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