Longos
discursos políticos e poucas propostas marcaram a audiência sobre segurança
pública realizada nesta quarta-feira (19.02.2014) na Barraca de Sant’Ana, em
Igarapé-Miri.
O
encontro, com sérios problemas de condução cerimonial e métodos, foi promovido
sob articulação da Prefeitura Municipal e Câmara de Vereadores e contou, já no
final da reunião, com a presença do Secretário Adjunto de Segurança Pública do
Estado do Pará, Coronel Solano. Além deste estiveram com a comunidade o
comandante da Polícia Militar no Baixo Tocantins, o Superintende e o Delegado
Geral da Polícia Civil nessa mesma região, assim como vereadores, padres,
secretários municipais e o prefeito do Município.
Faltou
pouco para que o evento se tornasse mais um entre tantos já realizados na
cidade: um encontro para tirar fotos e postar nas redes sociais. Em linhas
gerais, a reunião seguiu o padrão das demais: a população reclama suas dores,
as polícias se defendem, irritam-se até quando são questionadas e colocam a
principal culpa da insegurança nas famílias que, segundo as autoridades
policiais, não conseguem mais educar seus filhos e o poder público exalta-se
como quem está fazendo tudo pelo povo (só não se sabe em qual mundo, já que
neste não há sinais desse fenômeno), só ainda não “corrigiu” todos os males do
município porque herdou tudo acabado das gestões anteriores. Não foi mais um
daqueles, deve-se acrescentar, talvez pela presença do Secretário Adjunto e das
reivindicações a ele entregues por setores organizados da sociedade miriense.
Contudo,
um caso atípico marcou a audiência: a presença e o comportamento do prefeito de
Igarapé-Miri. Seguindo a linha de suas agitadas e já costumeiras atitudes, Sua
Excelência iniciou a composição da mesa rejeitando a cadeira de cor vermelho que
lhe deram. Trocou-a por uma de tom branco. Ao longo dos debates interrompeu
seguidas vezes os populares não aceitando seus argumentos, esquivando-se de
suas responsabilidades como gestor municipal e culpando seus antecessores pelo
caos que vive Igarapé-Miri, tendo ainda atacado, verbalmente, vários direitos
humanos.
Mas
não satisfeito, o prefeito protagonizou outro de seus espetáculos. Depois de
ter sido questionado pelos que se manifestaram em vários temas perdeu
totalmente o equilíbrio quando da intervenção do vereador Josias Belo (PSC) –
que o perguntou por que lhe recebera com agressões físicas na Vila de Maiauatá
em ocasião passada. O Excelentíssimo novamente atacou com ofensas pessoais
Josias Belo, rebaixando ao ridículo o nível da assembleia. Alguns se retiraram do
recinto, outros repudiaram silenciosamente aquela atitude e, acredite, uma
fatia do público aplaudiu a postura do prefeito.
De
fato, uma cena como essa, vinda de um gestor público em audiência com órgãos do
Estado, chega a ser deprimente, vergonhosa e ridiculariza a sociedade local
diante do mundo (já que atualmente grande parte do que se faz vai para as redes
sociais, quase instantaneamente).
Aqui, uma conhecida e histórica expressão cabe bem: “e agora, quem poderá nos defender?” Seria cômico, se não fosse trágico!
Aqui, uma conhecida e histórica expressão cabe bem: “e agora, quem poderá nos defender?” Seria cômico, se não fosse trágico!
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